O colectivo dos homens organiza-se por perícia ou instinto. O colectivo dos homens é a complexidade integradora que, do mais erudito ao mais popular, tudo legitima. Pensar nas coisas públicas é pensar nas pessoas, em como por traços largos mas endémicos se unem e reclamam lugar ou voz.
Com a transição do modelo da monarquia para o modelo republicano, todo um sem fim de aspectos se viu reajustado.
Interessa-me pensar em como a manifestação popular preservou até aos nossos dias mitos ou tiques típicos de outro tempo, ansiando ou não por recuperar algo que se perdeu, abraçando melhor ou pior a nova ordem.
A memória das pessoas é uma vastidão de referências, entre as quais, ainda que inconscientemente, muito do que racionalmente rejeitamos pode ainda marcar presença, como fantasia ou tradição.
As coisas públicas são o repositório da memória, a memória viva do que se diz, do que sobra no linguajar e na forma como as pessoas ainda arrumam o pensamento.