Everything In Itʼs Right Place A pesquisa da forma como me enquadro na REPÚBLICA. As minhas ambições e medos, as formulas mais ou menos fugazes de contornar os problemas com que me deparo no meu quotidiano. A necessidade que cada um tem em se reinventar, para conseguir ultrapassar os obstáculos que se temos à nossa frente. Será que eu como fotógrafo consigo suplantar a minha vivência e conseguir ultrapassar este objectivo?! A pesquisa deste meu portfolio, foi um desafio intenso e ao mesmo tempo muito gratificante. E este conjunto de nove díipticos resultam de uma pequena pesquisa de um conjunto de imagens que representam de uma certa forma - a forma “real” com que encaro a minha existência no actual momento que realizei o trabalho. (1) O primeiro conjunto reflecte o movimento dos comboios, veículo de transporte, acessível a todos com a particularidade de ser uma opção em que sentido circulamos. Para onde vamos?! Que direcção é que quero tomar? (2) Sempre atarefados e cheios de horários dos quais muitas vezes somos contra. Os contra-relógios tão típicos e surreais que tantas vezes temos que nos deparar. Muitas vezes torna-se pouco justo e mesmo redutor ter de enfrentar sempre o limite e as imposições temporais. (3) Existem aqueles lugares maravilhosos, que nos parecem perfeitos, onde tudo parece que encaixa no sítio certo. O que nem sempre é real. Não encontramos as coisas tão alinhadas quanto desejamos e o “everything in the right place” acaba por ser uma ironia não só geográfica, mas muitas vezes daquilo que não está na nossa vida no sítio certo. (4) Surge o “Grito”, a revolta instala-se de tal forma quando nos sentimos desta forma aprisionados que não aguentamos mais e “berramos”, tentamos a todo o custo que nos “marcar” perante os outros. Ser ouvido e marcar essa nossa presença. (5) Somos constante bombardeados por informação, símbolos e mais símbolos, já quase muitas vezes não conseguimos distinguir outros conteúdos como o cru de um sítio. Torna-se confuso viver com tantas opções e tantas variáveis. (6) Existe uma negação na escolha. Enfrentar um movimento ascendente e descendente. Esta não opção ou uma opção negativa. (7) Um futuro? Um futuro real? Será que no final de um esforço existe um movimento de tranquilidade? No final poderá acontecer de voltar a descer. Com a instabilidade que um freelancer vive poderá a escada ter vários lances de subir e descer. (8) Vem o sonho. O subir mais além... Ter uma realização pessoal e profissional que nos faça sentir realizados como ser humanos. Como presença de partilha e “marca” na sociedade artística que fazemos parte. (9) Demove-nos este nosso movimento e por isso acabamos por revelar a morte. Escolhemos uma forma mortal de conseguir atingir esse fim de uma maneira caótica e que nos dias de hoje se torna um mal-estar dentro da actual sociedade em que vivemos.